quarta-feira, 7 de julho de 2010

Carteira Escolar = 1954


Imagem do google

Eram assim as nossas carteiras. Foi numa igual que me sentei com sete anos, entrando num mundo diferente  e misterioso das letras, dos números e muitas histórias de encantar.

Já tinha visto os meus irmãos a ler e a escrever. Gostava de os ver a prepararem as lições para o dia seguinte e escreverem a mesma palavra dez e vinte vezes.


Recordo aquela cantilena da tabuada 2 x 1 = 2
Parece que com eles aprendi a multiplicar.

 Aquilo parecia castigo.
O pai, recomendava muitas vezes: Cuidado, não sujem os livros....não quero recados da senhora professora....

Agora chegou a minha vez!
A Escola era junto à Igreja numa casa que pertencia também à mesma.

O nosso recreio era todo o adro onde podíamos jogar à bola, ao pião e fazer todos os jogos que os mais velhos nos iam ensinando.

Todos os anos, as aulas da Primária, começavam no dia 07 de Outubro.

Naquela manhã o pai e a mãe meteram um livro e uma pedra (ardósia) numa saca de tecido com uma alça para a poder pendurar às costas.

Depois chamaram o Armandito, éramos primos e ele tinha apenas  mais um ano do que eu. 

Recordo o pai dizer-lhe: 
- O Luís vai contigo, vê lá se ele se porta bem...!

E voltando-se para mim, continuou:
-Não faças disparates ouviste.....!
Vê lá o que é que a Professora diz,  e se for necessário mais alguma coisa logo à noite nós falamos.

Às oito horas e trinta minutos, saímos de casa atalhando caminho pelo meio dos pastos verdejantes e já cobertos de uma boa camada de geada.

O Armando tinha umas botas compradas na feira e a tia Joaquina calçou-lhe umas meias grossas para não ter frio nos pés.

Eu fui descalço, como andava todos os dias, sentindo aquela geada a estalar conforme a ia pisando na erva.


Parece ter sido esta uma das primeiras revoltas interiores de me ver descalço e sem o pai para me acompanhar.


Depois verifiquei que só um ou dois acompanharam os filhos e a professora cedo os despachou.

Encolhido e  com medo da Senhora Professora, lá estivemos à espera que ela chegasse .

Os Meninos mais velhos correram a cercá-la e a dar-lhe os bons dias, e os mais novos lá foram aprendendo estes rituais.

Recordo que vinha num carro preto conduzido por um senhor gordo e bem parecido que a deixou mesmo junto das escadas que davam acesso ao adro da Igreja e à Escola.


Nos dias seguintes soubemos que esse senhor era o marido e que aos sábados ele ficava também a ensinar o grupo dos mais novos. 

Já não era uma senhora nova e, pelo que me apercebi a Senhora Nogueira, não era nada mole.
= ou aprendes ou levas umas reguadas =  

Recordo alguns colegas da  Escola e do meu ano:
José Serralheiro, José Catarino, Hilário Silvério, Luís Moteiro, Augusto Silvério, Alberto Silva, Luís Silvério e outros que não me recordo.
Luíscoelho

42 comentários:

  1. Lindas recordações e essas carteiras foram as minhas também.

    Tinhamos que deixá-las tinindo delimpas e não podia haver um só rabisco, o que erauma tentação,rsrsr...

    Mas se os fizessemos, tinhamos que lixar! Aprendemos assim! abraços,chica

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  2. Meu querido amigo
    quanta nostalgia deixou em mim , mas uma nostalgia boa, tempos que não voltam mais, como sempre uma história contada com o coração.

    Beijinhos com carinho
    Sonhadora

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  3. O texto fez-me lembrar A CADEIRA - um conto de José Saramago - editado na década de 70 com o título genérico OBJECTO QUASE. Se não conheces, lê que tem muito interesse. Aqui vai um cheirinho:
    http://www.portalimpacto.com.br/docs/Aula26AndreBelemVest.pdf

    Abraço
    João

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  4. Também sentei numa dessas... tenho saudades daquelas tempos... por muitos motivos...

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  5. Que bem me lembro dessas carteiras!
    Foi também numa assim que aprendi a ler e a escrever.
    E já não me lembrava, mas é verdade, sim, que as aulas começavam, impreterivelmente, a 7 de Outubro!
    E muito bom recordar!

    Beijinhos

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  6. Oh, como me lembrei da minha escolinha para onde ia a pé quando o autocarro não vinha...e de verão era divertido com as malandrices, parar no poço do Lucas, deitar no chão e arrancar folhas de alface para bebermos água fresquinha onde nadavam girinos e nós achávamos natural ehhhhhh se eles estavam vivos a nós, mal não fazia... e o pai fez a minha tabuada na máquina do escritório dele, tão bom. tão belas lembranças,.

    Sempre me fez confusão que não tivessemos todos uns sapatos...a vida era dificil os filhos eram mais que muitos e nem todos ganhavam bem...
    Um abraço apertadinho, eu nasci em 51, dezembro, logo fio para a escola em 1957/8 foi quando perdi a audição...
    laura

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  7. Gosto tanto do que aqui se pode ler. Conheço muito bem a realidade de que fala, até porque entrei na escola com seis anos e nunca mais saí.Como aluna e como professora, a escola continua a ser a minha paixão.

    L.B.

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  8. Parabéns Lídia por esse amor à Escola e aos seus alunos.
    Por aquilo que escreve e nos seus poemas deixa ver que foi uma professora dedicada pela boa causa da educação e dos valores morais e humanos que os meus professores também me ensinaram e incutiram.
    Bem haja e o desejo de que tenha longa vida.

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  9. Bom dia João Teixeira
    Agradeço muito os teus comentários por lhes saber e saborear a sinceridade e a auto-estima.
    Estava longe de imaginar esta tua comparação que não conhecia da obra de Saramago.
    Conhecia a história da cadeira que sempre me fez muita confusão. Ainda sou do tempo em que não se podia falar."as paredes tinham ouvidos"

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  10. É verdade amigo, eram mais duros esses tempos, e alguns de nós ficávamos com aversão à escola, tanto pelos castigos proferidos pelas professoras, como da parte de alguns colegas mais velhos. Se há coisas que não me deixaram saudades, foram mesmo os tempos de escola, e talvez por isso comecei a trabalhar aos dez anos de idade, sai com a terceira classe que nessa altura se podia sair. E aos dezoito anos então voltei a estudar, e a fazer o 5º ano que nesse tempo era como hoje o 12º. E não foi por falta de estudos que sempre tive bons empregos, onde hoje com cursos académicos se tem dificuldade de apanhar.
    Abraço amigo

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  11. Que bela recordação!Tempos que não viví pessoalmente,mas que ví em filmes e muito me impressionei.
    Abraços e até mais porque estamos partindo em férias com o colegamento desativado.
    Bergilde

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  12. Uma beleza de regresso ao passado.
    Fez-me regressar ao meu primeiro dia de contacto com a escola, e também do primeiro dia em que fui levar o meu filho...e ele aos poucos ia deslizando sua frágil mãozinha entre as minhas, para começar uma vida nova, com outra mãe a acompanhar o seu desenvolvimento.
    Ainda hoje diariamente nos comunicamos por email e continuamos desde essa época amigas do peito. Nunca nos encontramos físicamente com a assiduidade com que nos escrevemos...mas a nossa comunhão está patente em todos os dias das nossas vidas. Ela foi mesmo uma segunda mãe, para aquelas crianças que íam aprendendo com o que esta exigente q.b. e meiga senhora, que tinha para lhes ensinar/passar como testemunho.
    Bonita lembrança e recordação
    Abraço
    Mer

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  13. Nossa meu amigo,,,que saudades me deu agora,,,grandes recordações,,,,lembrei me do meu tempo de escola,,,eu era meio rebelde no começo,,,nao queria ficar,,,depois que fiquei,,nao queria estudar,,,e depois tomei juizo...rs...bons tempos,,,lembranças de grandes mestres e grandes epocas...abraços fraternos de bom dia pra ti.

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  14. Luís
    Foi numa carteira destas que eu me sentei pela primeira vez na escola e foi também numa dessas que eu vi onde sentados os alunos que eu enfrentei pela primeira vez no meu percurso profissional.
    Embora não fossem muito confortáveis, o facto de as ver trazem-me à memória doces lembranças dessas épocas.
    Beijinho
    Lourdes

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  15. As memórias dum tempo determinante da nossa vida, memórias da nossa construção...

    Abraço

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  16. Eram assim mesmo as nossas carteiras, meu Deus como tudo mudou, eu se tinha uma duvida com la ficava não fosse levar uma reguada por a pergunta não ter grande razão de ser, enfim...como tudo mudou
    Bj

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  17. Amigo Luís!

    Nem de propósito! Eu a escrever sobre o que nos leva a escrever narrativas, as nossas vivências e o amigo a dar-nos conhecimento de uma delas.

    Todos nós nos lembramos dessa carteira e duma experiência semelhante.
    Só já não fui descalça e não atravessei campos, vivia na cidade.
    Adorei conhecer o seu primeiro dia de escola, fiquei a conhecê-lo melhor e gostar mais de si.
    As coisas que nos unem, acabam mesmo por unir. Desculpe a redundância.

    Beijinhos

    Na casa do Rau

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  18. *
    as carteiros
    com os tinteiros,
    regredi á Escola do Jardim,
    e na memória vi, o meu amigo
    Prof. Miranda, um Cabo-Verdeano,
    Negro, Patriota, Nazareno de
    Alma e Coração, preso pela
    PIDE, nos anos sessenta,
    pelo unico crime de ser Negro !
    não te esqueci, Professor !
    ,
    gostei do teu post.
    ,
    saudações, deixo,
    ,
    *

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  19. AMEI

    A minha carteira era igual,
    como o tempo passa !!!!!que bom podermos hoje recordar como era a nossa escola; sinal que continuamos a viver;
    Nos as meninas lá vamos de bata branca e laçarote igualmente branco, no cabelo...........

    VOU VOLTAR

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  20. Luis, amado!
    Viajei no túnel do tempo... Me lembrei que tinhamos que nos levantar da carteira toda vez que o professor entrava em sala de aula e no Colégio de freis que estudei então, nem te conto! Era um senta-levanta que nem precisávamos de fazer ginática rsrs.
    Beijuuss n.c.

    www.toforatodentro.blogspot.com

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  21. Oh, Admirável Amigo Genial:
    Tempos de outrora que não voltam mais,mas vale a pena reter na memória para bem e para mal.
    Perfeito Post saído do baú da saudade extraordinária do seu imenso e significativo "sentir" a vida, a inocência, a ingenuidade pura vivida. O seu valor é de excelência.
    Parabéns, amigo. É brilhante.
    Abraço forte de uma amizade sincera.
    Tudo o que concebe é de um valor de ouro que adorei.
    Aliás, tem um blogue magistral.
    Sempre a respeitá-lo e a admirá-lo

    pena

    Excelente!
    Bem-Haja, amigo.
    MUITO OBRIGADO pela simpática visita.
    O cigarro é comigo (Desculpe!) Pelo menos da forma agressiva como se dirigiu, não.
    Deve agir com maior requinte e oportunidade perante as constatações observadas nas pessoas. (desculpe)

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  22. Que belas recordações trazem essas cadeiras! Sabe que já Mae consegui arranjar uma para o meu filhote, aqui no norte?
    E as caixas de lápis em madeira com o cheiro a borracha?
    O recordar-se do nome da sua professora da primária é um óptimo sinal: ela seria uma boa professora como hoje é raro ver.
    Um abraço

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  23. Abraços fraternos de otimo final de semana pra ti amigo.

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  24. Querido amigo, quantas recordações vieram à minha memória ao ler o seu texto. Tempos de infância onde o limite dos nossos sonhos era o infinito.
    Tenha excelente fim de semana
    bjs do tamanho do infinito
    Maria

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  25. Não passei por essa vivência pois fui nascida e criada no Rio ,mas há na familia boa gente que conta histórias semelhantes à tua, Luis. Foste longe no tempo, não é?

    Bom fim de semana (aqui será de praia)

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  26. Oh, Notável e Deslumbrante Amigo de Bem:
    Eu é que peço desculpa.
    VOCÊ tem um valor de ouro nos âmbitos pessoal, social e humano.
    Desculpe-me, sim?
    Fui inoportuno perante a sua pessoa enorme e de excelência que muito prezo.
    A perfeição é utópica e todos, mas todos mesmo, erramos.
    Sempre a admirá-lo e a respeitá-lo pela preciosidade humana de enorme dimensão transcendental.
    É uma relíquia eterna visível e magistral.

    pena

    Mais uma vez: DESCULPE-ME, a inoportunidade.
    Bem-Haja, notável e fabuloso amigo talentoso e simpático.
    MUITO OBRIGADO pelo gesto fascinante de imensa pureza e de humildade no meu blogue que é recíproco.

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  27. Texto magnífico, com assinatura...
    Frequentei a escola na década de 40.
    Essa carteira é de cinco estrêlas, comparada às da minha escola. Professor e alunos iam todos a pé, carro não havia lá naquela terra transmontana. Quando surgia um "carro ligeiro", a levantar poeira lá ao longe, era uma festa.
    Mas, nem por isso deixávamos de nos aplicar e saber a tabuada e... a prova dos nove.
    Recordo, com saudade, os meus professores da instrução primária, como se fosse hoje.
    Um abraço.

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  28. Olá Luis!

    Cá estamos de volta à escola primária, uns descalços, outros mais afortunados.Fria no Inverno, quente no Verão; mais os tinteiros para molhar a caneta de pena rachada, os cadernos de duas linhas para as cópias, mais os dos ditados, ditados pela professora ... que depois ia contar os erros.
    E ainda aquela ladainha para aprender a tabuada - que resulava ... coisa extraordinária!
    E mais a régua para dar reguadas, ou a cana da India com propósitos sememlhantes para aqueles com menos queda para as letras ou os números. Enfim, um mundo de boas rcordações.So é mesmo pena o terem acontecido há já tanto tempo ...

    Está lindamente descrita esta viagem ao tempo em que a Escola ainda era chamada de Primária!

    Grande abraço.
    Vitor

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  29. Olá Vítor e Jorge
    Obrigado por acrescentarem esses pormenores dos cadernos de duas linhas, da prova real e da prova dos nove, dos tinteiros nas carteiras e das canetas que só possuíam um aparo.
    Foi assim que aprendemos com aquele quadro preto onde escreviam com giz branco.
    Um grande abraço pela vossa partilha.

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  30. E QUE RECORDAÇÕES...LEMBRAS-TE DE MUITAS COISAS...GOSTEI DE SABER...TAMBÉM SENTEI-ME NUMA CADEIRA DESSAS...INCRÍVEL...E AINDA HOJE EXISTEM MUITO SEMELHANTES A ESSAS ,O QUE É VERGONHOSO...ATÉ OS NOMES!!!UMA PROEZA...
    ANDAR DESCALÇO MARCA UMA CRIANÇA...
    MAS SÃO TEMPOS PASSADOS...E HÁ MOMENTOS QUE DEIXAM SAUDADE...

    UM ABRAÇO SENTIDO

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  31. meu amigo

    estou quase a caminho de Alvalade
    no principio da semana confirmo mas está preparada a sessão de autografos para dia 18 de julho,QUANDO DA APRESENTAÇÃO DA EQUIPA . Vou querer ter-te lá.
    Beijo



    beijos

    FUI ASSIM...



    A criança que eu fui
    A criança que tu és...
    A felicidade que eu tive
    Quero que tu a tenhas...
    O mimo que eu recordo
    Quero que tu recordes...
    O amor que sempre
    Esteve comigo...
    E preencheu a minha vida
    Eu quero meu menino...
    Que sempre te acompanhe
    E que nunca te falte...
    Pois assim...serei feliz!

    LILI LARANJO

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  32. Fizeste-me feliz. Agora posso afirmar que alguém teve uma infância parecida à minha, o que me faz sentir ainda mais orgulhoso. No verão descalço, no inverno socos.
    A tudo aquilo que expões, só agrego o cantar aos sábados o Hino Nacional e o Hino do Lusito, ou da Mocidade Portuguesa... e os tinteiros! Ah! e a almofadinha para limpar a lousa.
    A isto, amigo Luís, é ao que gosto chamar um relato humano, vivo. Obrigado.
    Recebe um forte abraço e a minha admiração

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  33. É amigo, tem recordações que
    jamais poderemos esquecer...
    E essas da nossa infancia são
    as mais doces e envolventes...
    Te lendo me recordei que quando
    comecei a estudar, não havia
    separação de turmas, éramos três
    turmas de séries diferentes juntas,
    e qum lucrou com isso fui eu, que
    me adiantei de série no meio do ano
    pois havia aprendido o que era
    ensinado aos alunos mais
    adiantados,rsr...
    Amei o teu texto!
    Deixo a você um carinhoso e fraterno abraço... Paz e luz

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  34. Amigo, quanta saudades apesar da dureza, não?
    Olha, voltei também a lembrar-me dos meus tempos de primário na Vila Guilhermina, zona leste da cidade de São Paulo, isso por volta de 1969/1970.
    Parece que tudo que era bom ficou no passado, apesar de todas as dificuldades.
    Um abraço, até a próxima.

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  35. Essas carteiras mantiveram-se em vigor muitos e muitos anos...

    Que bom é recordar os tempos idos do principio da escola primária.

    A pasta , a primeira classe , o receio do 1º dia.

    Bom fim de semana

    bjgrnde do Lago

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  36. Tal e qual, Luís!
    Tempos a mesma idade, logo as recordações mais antigas reportam-se à mesma época.

    As diferenças abissais que havia no vestir e calçar!
    Impossível pensar na transposição para a actualidade o ir descalço para a Escola! E as "chancas", lembras-te, Luís? Não sei se é este o termo que se usava aqui. Mas em Viseu, seguramente.
    E o frio? E as lareiras a lenha queimada dentro da sala de aula? E a fumarada que se mantinha dentro da sala? E as reguadas em pleno Inverno? E os truques para que as reguadas não doessem tanto? Se possível, as mezinhas que nos aconselhavam até podiam partir a régua!? Pelo menos, um pelo de cavalo, se bem me lembro, E vinagre. E que mais? Azeite, um bocadinho.

    Bonita e horripilante narrativa do que eram os tempos daquele tempo do pós II Guerra Mundial.

    Um grande abraço, Luís

    António

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  37. Luís

    pois o meu problema
    no primeiro dia de escola, não foi o facto de não ter sapatos, mas exactamente o oposto...

    habituada a passar todo o verão descalça ou de sandálias, quando Outubro chegava os meus pés estavam sempre maiores e o suplício de calçar uns sapatos incomodou-me o dia todo!

    além do medo que senti da professora...foi um dia pavoroso!

    um abraço

    Manuela

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  38. A nossa vida é feita de memórias.

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  39. Recordações agradáveis. Também eu me sentei numa carteira assim.
    Lembro-me bem do apara e do mata borrão...
    Obrigada por trazer estas recordações
    Bom fim de semana
    Um abraço

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  40. Amigo
    algum tempo depois de ti também eu frequentei essa mesma escola, na terceira classe.O meu pai lá conseguia encontrar uma tábua de pinho, colocava o meu pé em cima e desenhava em volta com um lápis;com uma serra cortava a tábua, seguindo o traço do lápis; finalmente era só colocar por cima uma tira de borracha ou de outro material que ele encontrasse e lá ia eu para a escola com uns "sapatos" novos....para aquecer as mãos era uma lata velha cheia de brasas...
    Cada época tem as suas dificuldades próprias que devem ser compreendidas à luz do espaço e do tempo em que ocorrem.Possivelmente no tempo dos meus bisnetos as deslocações serão feitas à velocidade da luz...aí alguém se irá lastimar porque no seu tempo a velocidade máxima era de 120km nas auto-estradas.
    É bom recordar.O futuro só tem sentido se entendermos o passado...
    Um abraço

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  41. Cartas de amor são escritas não para dar notícias,
    não para contar nada, mas para que mãos separadas
    se toquem ao tocarem a mesma folha de papel.

    Rubem Alves

    Beijos poéticos e perfumados...M@ria

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  42. Agradeço sensibilizado todos os comentários enviados.
    Esta história andou muito tempo na "gaveta das recordações".
    Foi bom partilha-la e ver como ela foi comum à maioria das pessoas.
    Todos os comentários a enriquecem e completam pelas vivências passadas.
    Foi bom viajar no tempo que nos construiu e que nos ensinou a ultrapassar dificuldades.

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