sábado, 28 de novembro de 2009

Folha de papel pardo

Preso nas minhas asas doridas
Pelas lutas do vento e do tempo
Aquieto-me no silêncio escuro
Ouvindo apenas o barulho das letras  
Correndo em descargas electricas.
Quero reter e guardar estes gemidos
Numa folha de papel pardo
Transformado em saco ou pacote
Onde fiquem as palavras e as letras
Que já não cabem em mim.
Preso na saudade que areja o quarto
E levanta o pó e as folhas desalinhadas 
Vou sacudindo umas palavras frias
Nas letras desagregadas que me fogem.
Lentamente o som fica moribundo
Com o peso das letras sobrepostas
Que me escapam entre os dedos
Rebeldes e saturados destas ventanias.
luiscoelho

4 comentários:

  1. "... E de novo acredito que nada do que é
    importante se perde verdadeiramente.
    Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas,
    dos instantes e dos outros.
    Comigo caminham todos os mortos que amei,
    todos os amigos que se afastaram,
    todos os dias felizes que se apagaram.
    Não perdi nada,
    apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

    Miguel Sousa Tavares

    Abraços com todo meu carinho.
    Um lindo final de semana com muito amor e carinho

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  2. As letras que guardamos são preciosas, carregadas de tanto desentendimento, tanta loucura...
    As vezes eu as descarrego, o meu saco se torna por demais pesado rs

    Obrigada por esse belíssimo poema.

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  3. olá amigo,passei pra desejar um abençoado fim de semana e me deparei com este lindo poema escorregadio,bem assim o é,quando os sentimentos já não cabem em nosso limitado ser.ficamos como se fossemos explodir de tantas emoções. sai em confetes de luz como o seu. parabens,um abraço.

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  4. Triste , mas muito belo poema ...adorei
    Um beijo
    Sonhadora

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