domingo, 26 de abril de 2009

Guiné - 2

P


Preparando um petisco para todos da minha secção. Talvez uma galinha que tenha comprado na aldeia.
Os Montes das formigas fazem lindas construções.
Dois amigos do Batalhão. O Manuel Gomes, natural de Mangualde e o Vieira natural de Ilhavo. Nunca mais os vi nem tenho os contactos. Um abraço para eles e votos de que estejam bem com as suas famílias.

A Mulher Grande era uma anciã que devia impor às outras mulheres mais novas respeito e dignidade. Uma figura que sempre nos tratou com carinho e respeito. Via chorar quando partimos de regresso a Portugal. Nós davamos-lhe do nosso pão e ela trazia-nos cestos de mangas muito saborosas.

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5 comentários:

  1. Olá, Luís. Que coisa mais sem sentido esse serviço militar, não acha? Deveriam ensinar tudo isso na escola, ensinar a respeitar o espaço do outro, mostrar que somos seres humanos e precisamos viver bem com todos os seres, em harmonia com o universo e com Deus.
    Beijinhos

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  2. Olá Sylvia
    Nós fizemos a ponte entre o Estado Novo e a era do 25 de Abril.
    Vivemos na carne o nepotismo da classe militar. Se mostrassemos algum laivo de anti-colonialismo ou de ser contra as políticas da época eramos enviados para as frentes de combate piores e assim se desfaziam dos opositores.
    Ninguem sonha as atrocidades a que fomos submetidos.
    Existe um mural na nossa cidade com os nomes dos soldados que morreram nesses tempos.
    Ninguem poderá entender esta guerra nem outras que existem nos nossos dias. As mordaças continuam a ser muito reais.Hoje ainda estão vivos os Senhores que comandavam e viviam da guerra, por isso não se deve levantar muita poeira.
    Procurei nestes anos nunca falar desta guerra nem do que sofremos por lá.
    Somos três rapazes na família que andamos nesta guerra.
    O mais velho e eu na Guiné e o mais novo em Moçambique. Sofreu muito também. Percorreu todo o Norte de Moçambique com cenários de verdadeira guerra.
    Nunca quiz participar em jantares de convivio dos antigos camaradas de armas. Bons ou maus foi a minha escolha. Eles não tiveram culpa e eu também não e sempre há coisas que é melhor esquecer.
    Quero apenas dizer que estou a comprar uma edição de 16 livros sobre a guerra colonial. Fiz parte desta história.
    Há muita coisa que eu ainda hoje nem sonhava poder existir.

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  3. Luís, o meu foi também ex-combatente da Marinha de Guerra do Brasil. Guerra é coisa estúpida, selvagem, monstruosa! Devemos buscar sempre e apaz e a harmonia entre todos os povos. Beijinhos.

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  4. tantas memorias......pena que tenham sido de épocas bem dificeis. A guerra é uma coisa tao estupida e sem sentido!!!!!!!! E por ganacia de poucos morrem muitos.
    Ainda bem que regressou com vida e saude. Alguns dos meus irmão tb para la foram e tb tivemos a sorte de terem regressado todos.
    Se houve alguma coisa positiva na revolução foi ter acabado com a guerra mas nunca deveriamos ter abandonado Africa como abandonamos............isso é algo que nunca hei-de compreender!!!!!!!!!

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  5. Bom dia Zica
    Penso que ninguem de boa fé consegurá entender o que se fez em Africa durante tantos anos,explorando e maltratando os pretos como escravos. Foi nos anos de 50 a 60 que se criaram os movimentos de «Maria» revolucionários e que exigiam aquilo que era seu - a terra e a liberdade. Cada dia eram mais oprimidos eles e nós.
    O Exercito foi enviado para acudir aos fazendeiros brancos que lá viviam. Cada dia a revolta era maior e foi mesmo impossivel controlar a situação.
    O 25 de Abril acabou com a guerra, mas nunca souberam nem quizeram lidar com a Africa. As feridas eram grandes e foi «Salve-se quem puder» Hoje estão a abrir um pouco as portas à cooperação entre as nações, mas não sei até onde poderão transformar ou deixar que eles e todos vivam em paz e sem persseguições.

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