domingo, 7 de dezembro de 2008

Serões à Fogueira

Recordo as noites frias e chuvosas
Quando um vento agreste nos gelava.
E sentados à lareira nos aconchegávamos,
Ouvindo histórias de bruxas e gigantes,
De lobisomens, monstros e animais.
Cantávamos, riamos e tambem chorávamos.
Viamos palhaços e tantas coisas mais
E nos nossos mundos, partiamos em viagens reais.

Como foram bons esses tempos em família
Ouvindo histórias, sonhando com os nossos heróis.
Quantos dias o Pai procurava mais uns cavacos
Para avivar as chamas e o calor da fogueira,
Para nós despertármos e comermos a ceia.
Que coisas boas e reconfortantes.
Cada um com seu prato comia em silencio
Procurando ganhar e ser o primeiro.

Eu já ganhei dizia um qualquer
E logo outro acescentava eu comi primeiro.
E depois outro eu tambem quero ganhar
Levantava-se o Pai: - Meninos vamos rezar
Agradecer esta refeição a saúde e o Pão
E logo a Mãe começava uma longa oração
E todos nós iamos repetindo com o sono a pesar.
«Senhor esta orações são poucas e mal rezadas
Aceitai-as por muitas e bem rezadas»

O sono era tanto que quase caíamos
A mãe pegava no mais pequenino e a cara lhe lavava
Lhe vestia o pijama e na caminha o deitava
Depois o outro e outro tambem ensinava a cuidar-se
A roupa trocar e na cama se deitar aconchegado
Antes de nos dar as boas noites, ainda ensinava
Aquela oração ao Santo Anjo da Guarda
E assim com tanto amor adormeciamos na paz do Senhor

luiscoelho

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